PARAGUAI PROIBE TIRZEPATIDA E PREOCUPA PACIENTES: ‘NO BRASIL É TRÊS VEZES MAIS CARO’
- Fabio Sanches

- 24 de nov.
- 2 min de leitura

Anvisa vetou importação de canetas com o princípio ativo, obrigando pacientes sul-mato-grossenses a desembolsarem até R$ 1,5 mil por medicamento nacional.
CAMPO GRANDE, 24 de Novembro de 2025 – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a importação de medicamentos injetáveis (canetas) contendo o princípio ativo tirzepatida, similares ao Mounjaro, produzidos no Paraguai. A decisão gerou grande preocupação entre pacientes em Mato Grosso do Sul, que dependem do produto para tratar diabetes e obesidade e agora precisarão gastar cerca de três vezes mais para dar continuidade ao tratamento.
A proibição atingiu produtos populares na fronteira, como Lipoless, T.G. 5 e Lipoless Eticos.
Motivo da Proibição e Impacto Financeiro
A Anvisa justificou a medida alegando que os produtos paraguaios não possuem registro sanitário no Brasil, o que impede a avaliação de sua qualidade, eficácia e segurança de uso. Antes, a importação era permitida com receita médica e para uso pessoal.
No Paraguai, devido à quebra de patente, canetas como o Lipoless eram adquiridas por pacientes de Campo Grande por um preço médio de R$ 550. Com a proibição, a alternativa legal no Brasil (como o Mounjaro) custa, na versão mais barata, a partir de R$ 1,5 mil.
A diferença de preço é atribuída ao fato de que o laboratório farmacêutico nos Estados Unidos possui o monopólio da produção no Brasil, enquanto o Paraguai permite que outros laboratórios produzam o princípio ativo (tirzepatida) a custos muito menores.
Opinião Médica e Perspectivas
Pacientes ouvidos relataram que a proibição pode prejudicar a continuidade dos tratamentos que resultaram em perdas significativas de peso e melhoria na qualidade de vida.
O endocrinologista Ben Hur Ono, consultado pela reportagem, destacou que o debate transcende a quebra de patentes e toca nos problemas de tributação e acesso no Brasil. Ele sugere que a redução de impostos sobre medicamentos essenciais seria um passo fundamental para permitir que mais pessoas tratem obesidade e doenças metabólicas de forma segura e acessível.
Revisado por Fábio Sanches


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